A HISTÓRIA DA INCRÍVEL ALMADENSE
170 Anos a servir a comunidade e a Cidade de Almada
A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense (SFIA) é uma instituição cultural e recreativa fundada a 1 de Outubro de 1848, no Pátio do Prior do Crato, em Almada, tendo como objectivo central a criação de uma banda filarmónica e depois um teatro e cinema, os primeiros naquela localidade. Ao longo da sua história, a instituição teve importante intervenção social e política, permitiu a reunião, o convívio, a discussão de ideias. Instituição centenária, a Incrível mantém uma importante oferta cultural, recreativa e desportiva.Como outras colectividades centenárias, a Incrível constituiu das poucas ofertas em termos culturais, recreativos e desportivos para as populações e desempenhou ainda um importante papel de intervenção social e político, permitindo a reunião, o convívio, a discussão de ideias e a construção de sonhos e ideais.Também a sua Banda, a mais antiga do concelho, foi, na sua origem, maioritariamente composta por tanoeiros e corticeiros o que traduzia as fortes raízes populares da Sociedade.
No decorrer da sua longa história, a Incrível viu inúmeras vezes reconhecido o seu trabalho em prol da cultura, do recreio e do desporto, visando a formação humana integral – Grau de Oficial da Ordem de Benemerência (1940); Medalha de Ouro de Instrução e Arte, pela Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio (1954), da qual é o sócio n.º 280; Colectividade de Utilidade Pública (1980); Medalha de Ouro da Cidade de Almada (1989); Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique (1993); Membro Honorário da Ordem da Liberdade (1998).
AS NOSSAS CONDECORAÇÕES
169 Anos a servir a comunidade e a Cidade de Almada
VIDEO DE HOMENAGEM.
Video de homenagem a António Henriques.
ANTÓNIO HENRIQUES
A História de um homem incrível.
De facto «O associativista e historiador de Almada e das suas colectividades» é o resumo da ligação de António Henriques (1915-1992) à Incrível Almadense (fundada em 1848) na qual foi de tudo um pouco: filarmónico, dirigente, actor, ponto, comissionista, dramaturgo, editor de Boletins, organizador de festas, colector de donativos – muitas foram as suas actividades dentro da Incrível Almadense. Foi também um infatigável colecionador de memórias, bateu a muitas portas, procurando objectos e recordações sobre as colectividades de Almada, em especial da Incrível Almadense mas não só. Ainda se encontram inéditos dois trabalhos seus: «a biografia do Maestro Leonel Duarte Ferreira e a História da Associação de Socorros Mútuos 1º de Dezembro; o primeiro de 1971 e o segundo de 1983». António Henriques aderiu em 1946 ao MUD com (entre outros) José Carlos Pinto Gonçalves, Henrique Barbeitos, Felizardo Artur, Mário Fernandes, Domingos Miguel, Firmino da Silva, José Alaíz, Romeu Correia, Raimundo José Moreira, Mário Augusto, Fernando Gil, Anselmo Baptista Lopes Júnior e José Baptista Oliveira. No ano de 1948, ano do centenário, esteve na origem da reconciliação da «sua» Incrível com a Academia Almadense, fundada em 1895 a partir de uma ruptura dentro da Incrível Almadense. Como afirmam os autores no início do livro «Muitas vezes as colectividades são apelidadas de «universidades do povo». Mas estas são quase sempre mais do que isso. São verdadeiras «escolas» de civismo e de companheirismo, graças ao seu sentido colectivo, sempre presente, onde tudo parece ser possível graças à força e à vontade dos homens. Isso explicará em parte o porquê de António Henriques ter sido músico, actor dirigente, coleccionador, poeta, publicista, historiador e tudo o mais que lhe pediram, no seio da sua Incrível Almadense.»Há homens incríveis António Henriques é um deles.de Luís Milheiro
JORGE SAMPAIO EX PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA
Discurso nos 150.º aniversário da Incrível Almadense
Todos sabemos que a Sociedade Filarmónica Incrível Almadense não é apenas uma colectividade. Representa um valioso património cultural de Almada e uma referência fundamental na sua história. Século e meio representa muito na vida de uma Sociedade Filarmónica que tem realizado uma obra invulgar de difusão cultural, sempre dentro dum espírito associativo e cívico. Com uma actividade intensa e múltipla, esta instituição tem fomentado a música, a leitura, o cinema, o teatro, a dança e a educação física.A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, nasceu uma década depois de, em 1838, ter sido promulgado, por inspiração de Almeida Garrett, um decreto que reformou o plano geral de instrução pública. Com esta medida incentiva-se o gosto e a valorização popular pela cultura, nomeadamente pela música tradicional e erudita, na sequência das vitórias liberais de 1820. A Incrível foi uma das primeiras Sociedades Populares Musicais que se criaram em Portugal.Ao longo destes 150 anos vividos intensamente, de geração em geração, a Incrível Almadense tem sabido resistir a crises, a rivalidades, a períodos conturbados que a história nacional e local conheceu, graças a um conjunto de grandes figuras que marcaram esta casa.O espírito democrático que esta Sociedade tem cultivado, procurando manter-se independente de poderes instituídos, custou, durante a ditadura, dissabores, perseguições e buscas. A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense foi um local de resistência e de liberdade, mantendo o respeito por todos os associados, independentemente das suas opções religiosas e políticas. Alguns dos seus dirigentes conheceram mesmo o Campo do Tarrafal, como foi o caso de José Correia Pires, que dirigiu e serviu esta casa, dando um grande contributo para a formação da consciência política dos Almadenses.Termino saudando a direcção e os sócios desta Colectividade e todos os convidados presentes nesta sessão. Desejo que no futuro, como até agora, a Incrível encontre os novos caminhos do associativismo no século XXI, com espírito de abertura e ampliando a sua acção junto das camadas mais jovens, respondendo aos seus interesses, anseios e preocupações. É desse modo que o passado se honra e projecta no futuro, garantindo a evolução e a actualização permanente.Numa sociedade em que tantas vezes parecem só imperar os interesses imediatos e o egoísmo, temos o dever de lutar para que as grandes causas altruístas e solidárias permaneçam activas e mobilizem as pessoas. As colectividades pelo seu enraizamento e tradições populares são lugares em que a dedicação à vida da comunidade se concretiza no dia-a-dia. Merecem, por isso, ser apoiadas e estimuladas.Em homenagem à obra e à acção da Incrível Almadense e dos que, nesta Casa, resistiram e lutaram pela liberdade, decidi agraciar, em nome de Portugal, esta Sociedade com o Grau de Membro Honorário da Ordem da Liberdade. É esse um acto de justiça que cumpro com muito gosto. Discurso de Jorge Sampaio Ex Presidente da Republica Portuguesa.
A HISTÓRIA DA INCRÍVEL CHEIA DE MEMÓRIAS NOTÁVEIS
As condecorações de uma Incrível com história.